O governo do Pará lançou nesta sexta-feira (28) o edital de concorrência pública para as obras de infra-estrutura e urbanização do Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá, um dos três que serão implantados no Estado para articular empresas, instituições de pesquisa e políticas públicas, criando sistemas regionais de inovação. O edital prevê obras para instalação de sistema viário, calçamento, caixa d’água, redes de esgoto, energia e telefone, além do pórtico de entrada do parque. Na mesma ocasião, foram repassados mais de R$ 19 milhões aos pesquisadores contemplados com bolsas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa).

A governadora Ana Júlia Carepa e o secretário de Ciência, Desenvolvimento e Tecnologia, Maurílio Monteiro, assinaram o edital, durante cerimônia realizada no campus Guamá da Universidade Federal do Pará, onde o PCT Guamá está sendo construído. Em seguida, eles visitaram as obras do Laboratório de Alta Tensão, construído com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do governo do Estado.

O laboratório é um dos empreendimentos que já estão garantidos para o Parque do Guamá. Além dele, serão instalados a Incubadora de Empresas; o Laboratório de Monitoramento de Florestas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); o Laboratório do Ceamazon, em parceria da UFPA com Eletrobrás; o Laboratório de Qualidade do Leite, que integra Universidade Federal Rural da Amazônia, Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri), Embrapa e Ministério da Agricultura; e o Laboratório de Tecnologia do Alumínio, que será instalado pela mineradora Vale. O parque servirá também para atração de negócios, com o aluguel para empresas interessadas em desenvolver pesquisas e produtos tecnológicos.

Tendo à frente uma platéia formada essencialmente por pesquisadores, a governadora Ana Júlia Carepa se emocionou várias vezes ao falar dos desafios de realizar ações práticas para a implantação de um novo modelo de desenvolvimento para o Pará. “Não é fácil, num Estado como este, que é o segundo maior em área geográfica, onde 70% da população está fora da Região Metropolitana e onde há uma carência enorme de infra-estrutura. Temos que atender a todas essas carências e pensar no futuro, em como vamos mudar a base econômica do Pará de produtora de produtos primários para produtos com inovação tecnológica. Estamos trabalhando para que isso não fique só no discurso, com investimentos em tecnologia e educação”.

O titular da Sedect, Maurílio Monteiro, ressaltou que a aproximação com as instituições produtoras de conhecimento, como universidades e institutos de pesquisa, tem sido uma tônica do atual governo, assim como ações para articular esse conhecimento, de forma rápida, com os meios para gerar melhorias na condição de vida das pessoas.

“O governo está assumindo seu papel de promover sinergias, de juntar forças para criar um sistema paraense de inovação e já temos tido resultados. Criamos uma fundação de amparo à pesquisa que já distribuiu mais de mil bolsas. Devemos fechar 2008 com algo em torno de 1.700 bolsas em todos os níveis. Estamos articulando redes de pesquisa para melhorar os processos da pesca e aqüicultura, uma rede de engenharia biológica que está buscando soluções para melhorar a agricultura, redes cooperativas na área de energias renováveis. Já há várias empresas participando dessas redes para melhorar seus processos. Nunca o governo apoiou tantos eventos científicos como agora e isso está sendo feito dentro de uma estratégia que permita que ao final de quatro anos de mandato da governadora Ana Júlia Carepa tenhamos um sistema de inovação dinâmico e estruturado”.

Por Aline Monteiro / Secom

Fotos: Cláudio Santos - Ag Pa