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Navegapará terá novos infocentros

A Empresa de Processamento de Dados do Estado do Pará (Prodepa) e a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), órgãos do Governo do Estado responsáveis pelo Programa Navegapará, trabalham desde 2011 para ampliar a área de atuação do Programa. Até o final do ano serão criados 100 novos infocentros. A rede de fibra óptica na Região Metropolitana de Belém será aumentada em 200 km até 2014. Com isso, a internet gratuita chegará a 104 municípios do estado.

 

A expansão acontece de forma concomitante ao projeto de reestruturação, que começou com o mapeamento e análise técnica e estrutural do Programa em todo o estado. “Quando assumimos precisávamos conhecer o funcionamento do Navegapará, mas sem deixar nada parado. Identificamos os problemas trabalhando soluções, propondo novas ações e buscando novos parceiros. No começo de 2011 havia 39 cidades digitais ativas, hoje são 56 municípios que possuem internet gratuita. Já foram investidos pela Prodepa e Secti 5 milhões de reais e até 2014 temos o desafio de disponibilizar internet gratuita para os 144 municípios do estado”, explica Leila Daher, diretora de projetos especiais da Prodepa.

 

O sistema de internet do Navegapará é composto pelas redes de fibra óptica e rádios de alta capacidade com frequência licenciada. Esta rede interligada garante o sinal para a Região Metropolitana de Belém e municípios do interior. Segundo Leila Daher: “um dos novos desafios é a qualidade do sinal de internet, por isso planejamos a expansão da nossa rede de fibra óptica em 200 km. Pretendemos criar quatro redes metropolitanas no interior do Estado. Em Santarém, Marabá, Altamira e Castanhal o projeto já foi aprovado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), estamos buscando parcerias para realizar este trabalho”.

 

A rede de rádio de alta capacidade também está sendo ampliada. A meta inicial é implantar na região nordeste do Pará, que reúne grande parte da população, uma rota alternativa para criar maior segurança e disponibilidade. A Prodepa é responsável pelas Cidades Digitais, Pontos de Acesso Livre e manutenção técnica dos infocentros. Um dos primeiros passos para renovação das ações do Navegapará realizado pela Empresa foi a formatação de um novo modelo de gestão para o Programa, que, dentre outros pontos, agora inclui as prefeituras.

 

“Um dos principais problemas que encontramos no interior foi a vandalização das Estações Rádio Base (ERB). As ERB são compostas pelas torres, rádios que difundem o sinal de internet e um anexo com equipamentos; sem elas não há conexão. Antes de assumirmos o Navegapará, as prefeituras não tinham nenhuma atribuição direta com o Programa, agora elas são responsáveis pela segurança de suas ERB e rateio dos custos de internet. Estamos conversando com todas as administrações municipais, explicando o funcionamento e importância do programa”, diz Leila.

 

O rateio dos custos foi a solução encontrada pela Prodepa para ordenar o consumo. Agora todas as secretarias e prefeituras dividem este ônus com a Prodepa e Secti. A decisão foi tomada baseada na análise de consumo em todo o estado. Foi preciso ordenar a distribuição do sinal para que todos os usuários fossem contemplados a contento. Em Marabá e Santarém esta correção permitiu maior qualidade no sinal e ampliação do número de usuários.

 

Novas ações e projetos - A Prodepa assinou na semana passada (20) um convênio com a Universidade do Estado do Pará (Uepa), Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Secti e Escola de Governo para promover ensino à distância. O Serviço Estadual Para Uso de Tecnologias no Ensino a Distância (Seuted) disponibilizará um espaço virtual que servirá para compartilhar recursos humanos e tecnológicos, ampliando a capacidade de ensino e reduzindo custos do estado.

 

Pretende-se desenvolver e programar ações educacionais utilizando novas tecnologias, através de um software livre, o Moodle. Todo o material compartilhado estará disponível na rede do Navegapará. “Este ambiente servirá a todos os usuários do Programa, em ações específicas de cada órgão. Esta é uma ferramenta que eles poderão utilizar para treinamento, capacitação, aulas sem a necessidade de deslocamentos, eles poderão trabalhar a distância”. Explica Leila Daher.

 

Outro desafio é a interligação das redes do Governo do Pará através do Programa, que tem o foco direcionado a saúde, educação e inclusão digital e social. Desta forma a troca de informações e controle do trabalho realizado em todo o Pará será mais eficaz, garantindo celeridade nos planejamentos e nas repostas para a sociedade.

 

Secti - A Secti é responsável pelos infocentros do Programa. Mônica Braga, coordenadora do Navegapará na secretaria fala um pouco do que foi encontrado durante os estudos realizados. “Nossas equipes foram a campo para desvendar a situação dos Infocentros no estado. Descobrimos alguns sem links de internet, com problemas técnicos relativos a antenas e até infocentros que foram abertos sem estudo técnico. Criamos um plano de trabalho que ainda está em andamento. O Navega é prioridade, está na agenda mínima da gestão, ele deixou de ser um projeto e agora é um programa de governo. Já foram realizados dois editais de contratação de monitores e agora lançamos o terceiro para criação de novos infocentros”.

 

A Secti lançou um edital no dia 18 de abril dedicado a prefeituras e entidades do terceiro setor que tenham interesse de promover inclusão digital. Cinquenta municípios estão aptos a concorrer, destes, 44 são do interior. “Nosso objetivo é estender o projeto cada vez mais para o interior. Estamos estudando a viabilidade técnica de implantação de infocentros em todo o Estado. Este edital visa atender demandas antigas. Existem escolas com laboratório de informática pronto aguardando o link da internet, que no interior é muito caro”, diz Mônica Braga.

 

O Banco do Estado do Pará (Banpará) será o novo parceiro do Navegapará. A Secti deverá assinar até meados de maio um acordo de cooperação financeira com o banco, que será responsável pelo pagamento de 100 monitores de infocentros em todo o Estado. Um investimento de 420 mil reais durante um ano.

 

Infocentro

 

Everaldo Holanda é monitor do Infocentro do Centro Comunitário Nova Marambaia (CCNOMA), o primeiro a ser criado em 2008. Ele começou a dar aula em 2009 e afirma que as dificuldades que encontrou quando chegou não existem mais. “Até junho de 2011 estávamos sem internet, passamos quase dois anos nesta situação. Assim que o governo assumiu veio aqui e aumentou a antena que capta o sinal, começou a nos dar um suporte maior e voltamos a funcionar. Este infocentro é muito importante para a comunidade, temos 360 alunos matriculados, damos aulas todos os dias, nos três turnos, esta parceria dá oportunidade para centenas de crianças, jovens e adultos”.

 

Melhorar o currículo foi o que motivou a ida de João Carlos Silva, 28 anos, até o CCNOMA. “É a segunda vez que estou fazendo o curso, fiz o primeiro a três anos e senti que precisava renovar meus conhecimentos. Precisa ter curso básico de computação para concorrer a muitas vagas de trabalho. Quero ser vigilante e é obrigatório conhecimento de informática para concorrer a uma vaga, hoje tudo é informatizado. Pra mim esta oportunidade é de ouro, se não fosse esse infocentro não teria condições de pagar um curso particular”.

 
Texto:Julia Garcia - Secom

Foto: Rodolfo Oliveira