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VI Fortec discutiu as políticas públicas para o desenvolvimento sustentável

No segundo dia do VI Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), as “Políticas públicas para o desenvolvimento sustentável: aproximação entre o local e o global” foram tema de uma mesa redonda. a atividade contou com a participação do Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Pará (Secti), Alex Fiúza de Melo, do vice-reitor da Universidade Estadual do Tocantins, Fernando José Espanhol, e da pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Ima Célia Vieira.

 

“A floresta amazônica que está em pé está empobrecendo, não se trata da savanização, mas de uma capoeirização das florestas, principalmente das que estão em contato direto com as intervenções humanas. O Brasil não conhece a Amazônia e isso é muito complicado” afirmou Ima Célia Vieira, que coordenou a mesa-redonda 

Para Alex Fiúza o modelo de exploração e ocupação econômico da Amazônia é o “do saque”, pois é baseado no extrativismo. Para o cientista político, a ocupação não teve como preocupação a verticalização econômica e com o passar dos anos apenas “mudou de cardápio”, ressaltou.
 
Região subdesenvolvida - “O país tem que entender que a Amazônia não é só o Pará, o sudeste do estado não é a Amazônia toda e Manaus não é o Acre. No século XXI a Amazônia ainda é uma região subdesenvolvida, pois mesmo o Brasil sendo a sexta economia do mundo, um país sem educação não pode ser considerado desenvolvido. Nesse sentido a Amazônia é a periferia da periferia”, disparou o secretário.
 
Para Alex Fiúza o contexto atual da região é de ausência de mão-de-obra qualificada e no “rastro do saque” perdura uma urbanização caótica, economia de enclave, níveis educacionais precários e estruturas estatais caducas. “Há progresso, mas sem desenvolvimento”, concluiu.
 
Para redefinir esse contexto o secretário sugere mudar o modelo econômico vigente, mas para isso a população brasileira deve ter clareza sobre o potencial tecnológico amazônico, como exemplo o secretário falou sobre a água doce da região, “temos 20% da água doce do mundo, mas não há um projeto nacional para a utilização e aproveitamento dessa água”.
 
Outro ponto considerado fundamental para Alex Fiúza é a reserva de biodiversidade que a Amazônia abriga. O secretário acredita que para valorizá-la, é necessário sair do modelo extrativista ambiental para uma economia de aproveitamento. Para tal o país deve migrar para uma “economia verde do conhecimento”.
 
Estado em construção - Já Fernando José Espanhol falou sobre o contexto do estado mais novo do país, com apenas 22 anos de existência, que ainda está construindo sua identidade enquanto estado e tateia a questão da inovação e transferência tecnológica.
 
“Estamos exercitando, diariamente, a inclusão de temas relacionados a CT&I nas agendas da Universidade, mas considero que esse deve ser um tema local e global. A economia do conhecimento bate a nossa porta e não podemos ficar de braços cruzados”, afirmou Fernando José.
 
Assembléia Geral – No final da tarde e início da noite aconteceu a Assembléia Geral do Fortec que contou com representantes de todos os NITs que são associados ao Fórum e teve como pautas: aprovação do ‘ad referendum’ das novas solicitações de associações; prestação de contas das diretorias regionais e da nacional sobre suas ações nos últimos dois anos; eleição da diretoria executiva e dos coordenadores regionais para os próximos dois anos, entre outros assuntos.
 
“É muito importante esse momento do Fortec onde renovamos, fortalecemos e compartilhamos o conhecimento que foi produzido nos últimos anos”, afirmou Ruben Sinisterra, então presidente do Fórum. O relatório apresentado pela diretoria mostrou a região norte como a que mais cresceu nos últimos dois anos, no que diz respeito a implementação e filiação de NITs ao Fortec. A assembléia também decidiu em apresentar o Catálogo de Economia Verde na Conferência Rio +20, que acontece em junho na cidade do Rio de Janeiro.
 
Texto: Lucila Vila - Agência Museu Goeldi