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Produtores de leite do oeste paraense ganham diagnóstico da cadeia produtiva

Os 1,5 mil produtores de leite e os seis laticínios que fabricam queijo, manteiga e iogurte nos municípios de Itaituba, Rurópolis, Trairão e Placas vão receber nesta quinta, 18, um diagnóstico completo da cadeia produtiva da qual fazem parte, e que poderá ser usado pelo poder público para elaborar políticas de desenvolvimento para o setor. A iniciativa é da Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect), Embrapa Amazônia Oriental e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Pará (Sebrae-Pará). A apresentação acontece a partir das 8h, no Espaço Maloquinha, em Itaituba.

Os produtores também poderão usar o estudo para melhorar a tomada de decisões conjuntas. O diagnóstico inclui análises de mercado, da rede de transportes disponível, da necessidade de assistência técnica e os caminhos para a comercialização, a obtenção de crédito, o fortalecimento do associativismo e a melhoria do nível tecnológico dos produtores de leite e da agroindústria leiteira.

O cenário traçado no diagnóstico diz que a cadeia produtiva do leite no oeste paraense é viável, mas ainda tem muito que melhorar. O município de Santarém, por exemplo, que recebe leite da bacia formada por estes municípios, ainda é obrigado a importar 70% do seu consumo. De acordo com o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental Jair Carvalho, também há mercado potencial nas cidades de Macapá e Manaus. “O cenário mostra que a produção ainda está aquém do potencial da atividade na região”, afirma Jair Carvalho, um dos coordenadores do estudo.

De acordo com o pesquisador, a atividade pecuária é viável na região, mas é preciso que alguns gargalos sejam resolvidos, tanto na produção leiteira quanto na agroindústria. Os principais entraves para sustentabilidade da cadeia no segmento da pecuária são a deficiência no manejo do solo e das pastagens e na suplementação alimentar. “Sem uma boa forragem, o gado não engorda e sua produção de leite é comprometida”, explica Jair Carvalho, que também cita problemas na prevenção e controle de doenças, manejo reprodutivo e a falta de instalações adequadas nas fazendas.

Já nas agroindústrias, as dificuldades estão relacionadas à falta de equipamentos e tecnologia, à produção ainda pequena e às más condições das estradas na região, que elevam os custos, reduzindo a competitividade da cadeia. “A infraestrutrura das agroindústrias também esbarra diretamente na legislação, dificultando a regularização de alguns laticínios junto aos órgãos de vigilância sanitária, o que representa um alto risco ao produtor de leite”, acrescenta Jair Carvalho, que diz ainda: “A melhoria do nível tecnológico da produção leiteira resulta em aumento de produtividade, o que também pode contribuir para redução na pressão por desmatamento”, explica o pesquisador.

O diagnóstico da cadeia produtiva do leite começou a ser realizado em novembro de 2009, a partir de uma demanda dos próprios produtores. O trabalho envolveu profissionais das áreas de agronomia, medicina veterinária, economia, sociologia, contando, ainda, com a participação de técnicos da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e secretarias de Agricultura do Estado e dos municípios de Itaituba, Rurópolis, Trairão e Placas, além de associações de produtores e cooperativa de produtores de leite.